segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Lamentações de certo alguém

Eu sou certo alguém triste e solitário,
Alguém esquecido e abandonado.
Que lamenta não ter nascido bonito ou rico
Para um amor assim ter encontrado.
Mesmo que seja só interesse,
Pelo menos teria alguém do lado!

Tenho inveja, raiva e ódio no meu coração
Acho que por isso vivo na solidão,
Tenho medo de continuar e não adiantar
Chegar ao fim da vida só com lamentações a falar.
Tenho medo de partir e nunca ver
Meus sonhos encantados talvez possam acontecer.

Estou certo que sou incerto,
Estou ciente que tenho pouca fé.
Quem sabe pode acabar esse lamento,
Talvez um dia isso tudo dê pé.

Não quero ver o meu bem nos braços de outro alguém,
Ou que não cheguem perto.
Não quero ver sorrisos também,
Nenhuma forma de afeto.

Sou obsessivo e possessivo
A causa disso é esse ciúme que vem!
Sou o tempo todo compulsivo
E minha boca não barra palavras quando as tem!

Já não sei o que me falta,
Mas na verdade eu sei muito bem,
Talvez seja expresso em uma palavra:
“Alguém”.

Não sou uma música dos titãs,
Pois nenhum acaso vai me proteger,
Muito menos sei viver...
Mas quem sabe aprendo a sobreviver,
Pra que? Se for mais fácil morrer!

Quem sabe eu possa largar de ser egoísta
E ensinar os outros a amar.
Mas porque eu daria isso a eles?
Vendo-os com uma dor no peito a carregar.

Me sinto triste assim, sem nada para lhe dar
Amor não compra coisas,
Coisas materiais para seu vazio poder fechar.

Acho que nasci para ser assim
Vivendo a vida inteira a lamentar,
Servindo de exemplo aos outros
De ser alguém à nunca imitar!

Outrora sonhava com minha rainha,
Dando a luz à uma princesinha linda,
Chamando-me de “Pai”.
Mas a cada dia envelheço,
E esse sonho ficando distante a cada vez mais...

Espero que entenda minhas palavras,
E vivas intensamente um amor surreal.
Mas que para vós tudo de certo,
Tudo aquilo que para mim faz mal.


         Manoel (Akatsuki) Fernandes